.

.

terça-feira, 29 de março de 2011

Ai se sesse...

"O qui é Brasí Caboco?
É um Brasi diferente
do Brasí das capitá.
É um Brasi brasilêro,
sem mistura de instrangero,
um Brasi nacioná!" (Zé da Luz)



Grande poeta e cordelista Zé da Luz...
Descobri nele a beleza e o humor de um cordel bem feitinho...
Um dia eu e Ana Maria de Souza, (uma grande amiga jornalista) nos tempos acadêmicos, descobrimos que a vida não era só palavras, textos e fatos. Vimos nos intervalos das aulas teóricas de comunicação que a vida é uma grande poesia de cordel...
Eu com a minha habilidosa arte de produzir sorrisos, e ela com sua espontânea arte de sorrir do que eu dizia em forma de música e poesia.
Cantávamos Clara Nunes, Raul Seixas, Renato Russo, entre outros...mas o que ficou com a gente até hoje e que virou apelido carinhoso foi o famoso "puéta Zé da Luiz"...

E pra você que não o conhece...vou postar a mais linda e famosa poesia de cordel que ele já fez..."Ai se sesse".
No vídeo quem declama a poesia é um grupo lá do sertão de Pernambuco, de uma cidade chamada Arco Verde..."O Cordel do Fogo Encantado".

Um grande abraço para Ana que sempre me faz lembrar das frias noites paulistanas declamando um cordel...e ao meu amigo Eduardo Caverna que um dia na redação do jornal Cidade Aberta me apresentou ao Cordel do Fogo Encantado...








Ai se sesse



Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse



Nenhum comentário:

Postar um comentário